O Vale do Douro, compreendido entre Barqueiros e a fronteira,é fruto dos prodígios da natureza, mas também do esforço e da energia despendida pelo homem na sua transformação.
A vinha que gera as castas do célebre Vinho do Porto é a causa e a razão maior de todo este árduo trabalho.
Séculos de labuta, fadiga e suor humano, desventraram a terra, removeram o xisto maciço, moldaram os muros e patamares de socalcos para arrimar as videiras, erguendo esta obra colossal, que Marquês de Pombal recompensaria, no século XVIII, com o título de primeira Região Demarcada do mundo.
De soberbo clima mediterrânico, o Vale é um enclave quente e seco, propício à cultura da vinha, da oliveira, da amendoeira e de frutos como a cereja, o figo, o pêssego, a laranja, a maçã...
A paisagem a perder de vista é tão heterogénea, que ora só se avistam vinhedos e socalcos, como no coração do Douro, até ao Tua, ora vegetação espontânea e agreste enche todo o horizonte como acontece no Douro Superior.
Por todo o lado, solares, casas de quinta e testemunhos de povos errantes e de culturas diversas marcam de forma indelével a paisagem.
São exemplos disso, o Vale do Côa que encerra em si o maior e mais belo parque de arte rupestre do mundo, a visigótica Capela de S. Pedro de Balsemão, do século VII, em Lamego ou as ruínas de Panóias em Vila Real.
A herança medieval é também intensa e profunda.
Castelos como o de Numão, Marialva, Penedono e o Palácio de Mateus recordam a cada instante, a importância estratégica que o Douro sempre assumiu na história.